28 de dezembro de 2009

LEIA (FAZ BEM): MITOLOGIA - EDITH HAMILTON



Um dia destes, em uma Baile de Debutantes, pegamo-nos eu mais alguns amigos em uma discussão sobre a história de Prometeu, aquele que fora acorrentado em uma rocha e um corvo (ou águia, depende da versão lida), viria pra comer seu fígado, que se regenerava a cada dia passado. Tal sofrimento, ou castigo, deveria durar 30.000 anos. Não me lembro bem o que nos fez ingressar em tal discussão, se foi o porque do castigo ou se foi qual órgão era devorado pelas aves. Sei que com a duvida latente me acompanhando, fui consultar meu pequeno acervo pra que ela fosse sanada.
Por isso indico aqui o livro MITOLOGIA, de EDITH HAMILTON, que apresenta as mitologias Grega e Romana de modo simples e perfeitamente compreensível, tanto que torna-se um livro que gera uma leitura prazerosa ao invés de cansativa, como alguns livros do gênero que já li. A autora descreve na obra as principais figuras e mitos clássicos, além de trazer nela passagens e explanações da Eneida, da Ilíada e da Odisséia. Deve-se ainda destacar as páginas finais do livro, que traz as árvores genealógicas dos mitos e deuses, o que torna mais interessante o fato de conhecer estas histórias.

É uma boa pedida para quem gosta de mitologia clássica, com uma exposição extremamente simples e direta, de fácil interpretação.

Referência Bibliográfica:
HAMILTON, Edith. Mitologia. São Paulo: Livraria Martins Fontes, 1992.

21 de dezembro de 2009

EXEMPLAR MODERNO DE NEANDERTHAL

Imprestável e prestativo.
Porém, procurado apenas quando necessário.
Grosso e educado.
Porém útil apenas nos momentos de carência.
Vazio e espirituoso.
Ainda assim seus incentivos raramente têm sentido.
Medíocre e incrível.
Mas sua inteligência é subestimável.
Seco e sarcástico.
Suas piadas fazem rir quando trata mal.
Ridículo e irresistível
Não experimente. Ou ama ou detesta.
Ausente e amigo.
Quer perto, estou. Quer longe, adeus.

29 de novembro de 2009

ENTENDENDO DE VERDADE O LOREM IPSUM

Eduardo Pereira

Lorem Ipsum é um termo bastante utilizado quando vemos modelos de publicações, esboços de modelos jornalísticos e "bonecos" de revistas, ou seja, é usado como uma prévia do que vai ser aquela publicação. Mas tudo isso tem uma origem cultural enraizada em um passado longínquo, no incrível tratado de ética de Cícero, o que faz com que o texto seja mais velho que Cristo (cerca de 2054 anos). Agora vamos tentar entender um pouco mais de tudo o que gira em torno destas palavras, de difícil interpretação, e ainda assim amplamente utilizadas

A história recente do Lorem Ipsum diz que ele vem de um texto tipográfico. Tratava-se de um guia para a tipografia, os primórdios da imprensa escrita, feito em 1500 – ano da descoberta oficial do Brasil. Este texto foi disseminado por todo o mundo e acabou virando uma espécie de guia. Um padrão que foi adotado em todo o planeta. Essa técnica sobreviveu por séculos e ainda nos dias atuais vem sendo usada, mas agora inserida na tipografia eletrônica, adaptada e criada nos computadores, e permanecendo essencialmente inalterada - ou quase.
Em 1960, ela se tornou popular graças a uma publicação sobre “Tipos” contendo algumas partes de Lorem ipsum, e mais recentemente, com os famosos softwares de publicação eletrônica como o QuarkXPress, o PageMaker, Indesign e similares, que não raro, incluem algumas versões do texto original, mas a explicação da razão do uso do Lorem Ipsum está na sua distribuição num layout, ou seja, da afeição, do apelo visual que a estrutura e posicionamento do texto vai causar em um leitor. Diz-se aos quatro ventos que dependendo do layout, um leitor não conseguirá entender o conteúdo de uma página, e por isso é importante estabelecer um bom layout para a compreensão do conteúdo. É aí que entra o Lorem Ipsum (o de verdade, não o blog que está lendo agora).

Como o Lorem Ipsum possui uma boa distribuição de letras necessárias para o “preenchimento aqui, preenchimento ali” , que fazem com que o texto fique legível, os pacotes de desktop publishing - publicação eletrônica de páginas ou conteúdos - usam o Lorem ipsum como modelo de preenchimento de textos. Se parece impressionante um texto de 1500 resistir até os dias de hoje, pipocando em softwares de alta tecnologia, espere para saber de onde vem o que nos assusta mais ainda.


A crença popular diz que “Lorem Ipsum” é simplesmente um texto qualquer com um monte de letras. Calma, gente. Não é bem assim que funciona, tudo tem uma prova bem fundamentada pra existência deste "ícone" da imprensa. Sua origem tem raízes numa peça clássica da literatura latina de 45 A.C., fazendo com que o texto em questão tenha mais de 2 mil anos de idade. Richard McClintock, um professor de Latin do Colégio Hampden-Sydney, Virgínia, pesquisou uma das mais complicadas e intrigantes palavras da passagem de “Lorem Ipsum”, "consectetur", e indo a fundo nas citações da literatura clássica, descobriu de uma fonte segura que Lipsum vem das seções 1.10.32 e 1.10.33 do “Finibus Bonorum et Malorum” (Os Extremos do Bem e do Mau) escrito por Cícero em 45 A.C.. O livro de Cícero, o orador romano de fama e renome histórico, contemporâneo de Julio Cesar, trata da teoria de ética, muito popular durante a Renascença. A primeira linha de Lipsum, “Lorem ipsum dolor sit amet…”, é encontrada na seção na seção 1.10.32.

O modelo básico de “Lorem ipsum” usado desde o século 16 é retransmitido devido a sua grande utilidade, utilidade esta, que ainda não sabemos bem qual é, e que não pode ser apenas para "deleitar aos olhos" de pessoas que procuram um bom estruturamento para suas edições Eu na minha opinião de mísero mortal e blogueiro, creio que seja útil também para que possamos pensar um pouco mais na vida sem sofrimento que todos almejamos, e na impossibilidade desta. Não digo a ninguém que tente acostumar-se ou gostar de sofrer, pelo contrário, procure sim viver sem sofrer, mas se chegar até você tal sofrimento, vai ser difícil de reverter a situação. A gente sofre e acostuma, experiência própria.

Mas vamos ver um pouquinho das transformações do Lorem Ipsum agora. O trecho utilizado desde 1500 é este:

“Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipisicing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore magna aliqua. Ut enim ad minim veniam, quis nostrud exercitation ullamco laboris nisi ut aliquip ex ea commodo consequat. Duis aute irure dolor in reprehenderit in voluptate velit esse cillum dolore eu fugiat nulla pariatur. Excepteur sint occaecat cupidatat non proident, sunt in culpa qui officia deserunt mollit anim id est laborum.”

E o trecho de Cícero é este:

“At vero eos et accusamus et iusto odio dignissimos ducimus qui blanditiis praesentium voluptatum deleniti atque corrupti quos dolores et quas molestias excepturi sint occaecati cupiditate non provident, similique sunt in culpa qui officia deserunt mollitia animi, id est laborum et dolorum fuga. Et harum quidem rerum facilis est et expedita distinctio. Nam libero tempore, cum soluta nobis est eligendi optio cumque nihil impedit quo minus id quod maxime placeat facere possimus, omnis voluptas assumenda est, omnis dolor repellendus. Temporibus autem quibusdam et aut officiis debitis aut rerum necessitatibus saepe eveniet ut et voluptates repudiandae sint et molestiae non recusandae. Itaque earum rerum hic tenetur a sapiente delectus, ut aut reiciendis voluptatibus maiores alias consequatur aut perferendis doloribus asperiores repellat.”

Agora, pra encerrar e explicar o porquê do que eu disse antes de comparar os dois trechos de Lipsum, vamos ver um outro trecho, então traduzindo este vocês vão entender o que eu disse.

"Neque porro quisquam est qui dolorem ipsum quia dolor sit amet, consectetur, adipisci velit..."

"Não há ninguém que goste da dor em si mesma, que a procure e a queira ter, apenas porque é uma dor..."

E pensem nisso!
Abraços!

24 de novembro de 2009

ENTRE DISCOS E AMIGOS

Eduardo Pereira



Tenho mais discos que amigos. Nos meus momentos de solidão, me encontro com os famosos "bolachões" e com minha velha vitrola. Para ela, como sempre me acompanhou, compro sempre que posso uma caixinha de agulhas novas. Nunca se sabe quando um grande amigo vai perder um "pedaço", que pode ser "pra sempre". Estes meu amigos gostam de cantar pra mim. Às vezes, quando muito inspirados, escuto deles grandes celebridades, tais como Janet Jackson, KC & The Sunshine band, Cindy Lauper e até Menudo! Enquanto meu coração chora, eles não se cansam de cantar pra tentar me alegrar - e por muitas vezes conseguem. Mas também há dias em que eles mesmos não estão muito bem, então me acompanham em minha melancolia e apatia por um bom período. Nestes dias a gente senta, se abraça forte, e canta estridentemente (ou seria entristecidamente) sons do Joy Division, Cure, Morrisey e o contemporâneo Dance of Days. Minha garrafa de Stella Artois ou de Heineken fica sempre metade cheia, mas eles não podem beber, não pelo menos até terminarem o seu show. Eles não sentem ciúmes também. Sempre é bem vindo mais alguém pra escutar suas cantorias, ou mesmo teclar comigo no Messenger enquanto eles cantam. Eles também entendem quando quero estar quieto, no meu canto solitário. Nunca precisei pedir pra que calassem a boca, quando não puxo papo, eles se quer a abrem. Diante de tudo isso, às vezes, de noite, vejo o meu quarto cheio de gente, e vazio ao mesmo tempo. Então, me pego a pensar e indagar: Tenho mais amigos que discos, ou mais discos que amigos? De verdade, não sei. O importante é que ainda tenho discos, e amigos também.

23 de novembro de 2009

O MESTRE DA MÁGOA E SEU MUNDO DE FEL - NA ÍNTEGRA

Eduardo Pereira

Juntando as duas partes desta pequêna crônica, para uma leitura mais dinâmica de nossos amigos blogueiros. Aproveito também a oportunidade para agradecer a todos que vem acessando e me inspirando a trazer novas criações. Em especial meus amigos, que não preciso nomear. Sabem bem quem são.

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Mesmo que não quisesse, ele sempre seria assim. Sua doçura e amorosidade o tornavam inglório, indigno de sentimentos de compaixão, pena ou fidelidade. Suas entranhas não sabem bem o que pensam, o que dizem, ou o que sentem. A injustiça sempre teima em acompanhá-lo e acometê-lo a utilizá-la, mas nunca em seu prol, tornando-o o maior dos injustos e descabidos. Questões sem senso de inoportunabilidade são sempre desferidas sem pudor algum, parecendo querer ter certeza do que já sabe. Como se fosse um autoflagelo, e, com cada uma destas questões, se aperta mais o silício contra seu corpo. Não venera o sofrimento e sabe o quanto é ruim, mas em seu subconsciente deve habitar algo que gera um determinado prazer por tal sensação. Ainda assim, consegue dispensar toda a atenção necessária a quem a necessita, e por certas vezes é considerado amabilíssimo. Faceta comum a um bom rapaz. Por excesso de querer fazer tudo, e muito bem, consegue deturpar as mais tranqüilas tardes, as mais belas festas e os mais belos sentimentos. Erro com o qual aprendeu a conviver e é consciente de sua existência. Mas não tem procurado melhorar, acaba por ser inconseqüente e negligente, saber que lhe aplica um "auto-mal", mas continua a apertar a fivela. Ainda é um mortal, mas sofre silenciosamente. De tanto tempo com espinhos a tocar seu fêmur, secaram-se as lágrimas. Lágrimas estas que ele sente medo da aparição em todos os olhos brilhantes que o cercam. Todos estes olhos têm corações, alguns deles amargos, outros sofridos, alguns mui alegres, muitos em farpas.
O seu coração também está em farpas agora. Fora vitimado pelo seu próprio surto psicótico inventivo, diagnóstico que viria a ser criado por ele próprio também, a fim de evidenciar sua falta de bom senso e excesso de atrofia de ideias. Cercado por situações caóticas, situações estas que despertam sua psicose, cria algumas pequenas mentiras para proteger das lágrimas um par destes olhos. Só não saberia que tempos mais tarde estaria desguarnecendo outro destes, os que considerava mais bonitos. Processo lento e dolorido, foi se enforcando aos poucos em sua própria inverdade, até que o banco tombasse por inteiro, e ele visse o laço abraçar ferozmente seu pescoço. O silício já nem importava mais naquele momento, era só um adorno que se mantinha ali. Não se dava conta de que suas atrocidades atingiam também os olhos mais bonitos, mesmo sendo lentamente como seu laço, e que tais olhos depois deste “auto-mal”, que como já lhes disse ele sabia bem fazer, iriam olhá-lo de uma outra maneira, torta, como quem vê que nada mais é sincero se trazido pela boca do Mestre da Mágoa. Dos males, ainda o menor (se é que isto é possível). Os olhos mais bonitos não derramam sequer uma lágrima. Não se sabe se por ter um coração que já está demasiadamente acostumado a sofrer, ou se pelos fortes ventos da tempestade que causou em sua vida. Uma coisa há de certo: Aperta-se o laço, e o Mestre da Mágoa, após pendurado por inteiro, retira-se das vidas dos pares de olhos que o cercam, e em seu último “auto-mal”, retira-se da sua própria também, deixando este relato como despedida. Quem sabe em uma outra oportunidade, o Mestre volte para lhe contar mais relatos, ou mesmo para dizer-lhes se terá conseguido colher lágrimas de enxofre...

17 de novembro de 2009

TSUNAMI

Eduardo Pereira

Quando um dia vamos poder olhar
O mar sem ter culpa do que querer
E não mais o invejar sua grandeza
De poder fazer o que bem lhe der?

Sem lembrar que as ondas
Que causamos
São bem mais avassaladoras
Do que as desse gigante.

Querendo ser imenso
Tanto quanto ele
E não conseguindo ser mais
Que um grão de areia da praia?

Quem sabe quando conseguirmos entender
A imensidão de nossos corações (feito mares)
Comecemos a dar valor
Para as pequenas coisas da vida.

13 de novembro de 2009

O MESTRE DA MÁGOA E SEU MUNDO DE FEL - PARTE 2

Leia a Parte 1 aqui!!

O seu coração também está em farpas agora. Fora vitimado pelo seu próprio surto psicótico inventivo, diagnóstico que viria a ser criado por ele próprio também, a fim de evidenciar sua falta de bom senso e excesso de atrofia de ideias. Cercado por situações caóticas, situações estas que despertam sua psicose, cria algumas pequenas mentiras para proteger das lágrimas um par destes olhos. Só não saberia que tempos mais tarde estaria desguarnecendo outro destes, os que considerava mais bonitos. Processo lento e dolorido, foi se enforcando aos poucos em sua própria inverdade, até que o banco tombasse por inteiro, e ele visse o laço abraçar ferozmente seu pescoço. O silício já nem importava mais naquele momento, era só um adorno que se mantinha ali. Não se dava conta de que suas atrocidades atingiam também os olhos mais bonitos, mesmo sendo lentamente como seu laço, e que tais olhos depois deste “auto-mal”, que como já lhes disse ele sabia bem fazer, iriam olhá-lo de uma outra maneira, torta, como quem vê que nada mais é sincero se trazido pela boca do Mestre da Mágoa. Dos males, ainda o menor (se é que isto é possível). Os olhos mais bonitos não derramam sequer uma lágrima. Não se sabe se por ter um coração que já está demasiadamente acostumado a sofrer, ou se pelos fortes ventos da tempestade que causou em sua vida. Uma coisa há de certo: Aperta-se o laço, e o Mestre da Mágoa, após pendurado por inteiro, retira-se das vidas dos pares de olhos que o cercam, e em seu último “auto-mal”, retira-se da sua própria também, deixando este relato como despedida. Quem sabe em uma outra oportunidade, o Mestre volte para lhe contar mais relatos, ou mesmo para dizer-lhes se terá conseguido colher lágrimas de enxofre...

6 de novembro de 2009

MISSING FRIDAY

Eduardo Pereira
I missed you last friday night.
Things don't worked as usual.
The music don't had the same happiness.
The beer don't had the same taste.
The friends don't had the same trust.
"Snowball" don't had the same value.

Things just went the wrong way.

I missed you kisses.
I missed your freedom.
I missed your politeness.
I missed people looking at us and thinking "what she saw on it?".


It's strange, because a few fridays ago I was so happy and trustful.
I missed the way you embrace me too.
It was hard to not turn that left corner in my way back home.
The light was on that time.
But I went straight my way.

It was a missing friday,
a friday to forget.



2 de novembro de 2009

O MESTRE DA MÁGOA E SEU MUNDO DE FEL

Eduardo Pereira
Mesmo que não quisesse, ele sempre seria assim. Sua doçura e amorosidade o tornavam inglório, indigno de sentimentos de compaixão, pena ou fidelidade. Suas entranhas não sabem bem o que pensam, o que dizem, ou o que sentem. A injustiça sempre teima em acompanhá-lo e acometê-lo a utilizá-la, mas nunca em seu prol, tornando-o o maior dos injustos e descabidos. Questões sem senso de inoportunabilidade são sempre desferidas sem pudor algum, parecendo querer ter certeza do que já sabe. Como se fosse um autoflagelo, e, com cada uma destas questões, se aperta mais o silício contra seu corpo. Não venera o sofrimento e sabe o quanto é ruim, mas em seu subconsciente deve habitar algo que gera um determinado prazer por tal sensação. Ainda assim, consegue dispensar toda a atenção necessária a quem a necessita, e por certas vezes é considerado amabilíssimo. Faceta comum a um bom rapaz. Por excesso de querer fazer tudo, e muito bem, consegue deturpar as mais tranqüilas tardes, as mais belas festas e os mais belos sentimentos. Erro com o qual aprendeu a conviver e é consciente de sua existência. Mas não tem procurado melhorar, acaba por ser inconseqüente e negligente, saber que lhe aplica um "auto-mal", mas continua a apertar a fivela. Ainda é um mortal, mas sofre silenciosamente. De tanto tempo com espinhos a tocar seu fêmur, secaram-se as lágrimas. Lágrimas estas que ele sente medo da aparição em todos os olhos brilhantes que o cercam. Todos estes olhos têm corações, alguns deles amargos, outros sofridos, alguns mui alegres, muitos em farpas...

Continua aqui...

27 de outubro de 2009

Difusão Cultural e Cãibra Cerebral

Eduardo Pereira

Eu escrevo,
Tu falas,
Eles lêem e escutam.

Quê rabiscas, moreno?
Quê resmungas, loira?
As interpretações NÃO dispensam comentários.

O custo das palavras se eleva
enquanto se expandem ao horizonte,
mas estas não deixam de ser acessíveis.

Pois a pior das metáforas
é aquela que diz:
"Tu sois um burro".

23 de outubro de 2009

LEITURA E ESCRITA - VAMOS ELEVAR NOSSOS NÍVEIS CULTURAIS

Eduardo Pereira

É verdade sim. Escrever não é coisa pra qualquer um. Mas isso não impede de você ser impulsionado por suas inspirações e botar qualquer coisa, que você pode até achar uma porcaria, no papel. Porcaria? As vezes achamos isso sim, porquê nos perguntamos "O que isso vai acrescentar na vida de quem ler?". Pode ser que não acrescente nada, mas também pode ser que acrescente tudo. Muitas vezes passamos por situações de vida inusitadas, onde nos identificamos com quaisquer "porcarias" por aí, por exemplo, quem nunca se identificou com a história contada em um filme? Não, animal, não estou dizendo que os filmes são uma porcaria. Pelo contrário, gosto muito de cinema. Mas isso não vem ao caso agora, o que importa é que com ao menos um personagem você já deve ter se identificado. Coincidência? Muita! Ou você achou que o autor pensou assim, "Ah, eu vou fazer esse personagem assim, pelo fato da maioria dos seres humanos estúpidos serem assim, então eles vão achar com quem se identificar na minha ficção." Pode até ser que ele tenha pensado em identificação com o personagem, mas com a minoria da humanidade. Veja bem, eu não tinha talento nenhum pra escrever birosca nenhuma (ué, agora eu tenho?), mas me deu um tique, um "cinco minutos" e eu saí aqui digitando no meu velho e bom amigo "notepad". Não quero saber se vai ser bom ou ruim. Tenho de alguma forma que registrar o meu pensar. Muitos não vão gostar da minha ideia. Não menosprezo conheceres de ninguém aqui não. Só estou expressando o que acho verdadeiramente legítimo neste momento. Até minhas redundâncias são assim quando escrevo. Rasgo o verbo, avacalho com as palavras, com seu sentido e tudo mais. Não quero que isso seja encarado como um manifesto, uma nova tendência literária ou algo do tipo, quero apenas me expressar. Quero também que os outros leiam, pois se tivéssemos maior hábito de leitura, não teria que começar o texto da maneira que comecei, com aquelas duas primeiras frases. (...) Voltou lá no começo pra ver quais eram as duas primeiras frases, não é? Se sua resposta for sim, caro(a) amigo(a), passe a praticar mais a leitura. A pior prova de que não tem esse hábito é chegar no meio de um texto e não lembrar o que leu no começo dele. Temos inúmeras bibliotecas públicas por aí para que você possa pegar os exemplares de seu gosto e devorá-los com os olhos. Não precisa ser literatura clássica não, nem escritores famosos. Se você pegar um gibi pra ler, já é um começo. Se você está lendo este meu texto, também. Já ganhou alguns pontos. Assim poderemos mudar, um dia, as duas primeiras frases desta minha postagem.
E nada do que a gente lê é porcaria. Você apenas não concorda com a ideia do autor.

19 de outubro de 2009

SEQUOIA SEMPERVIRENS

Eduardo Pereira

Todo seu ciclo se inicia
com o depositar de uma semente,
que pode ser trazida
do bico de um pequeno pássaro .

Com o passar do tempo,com o sol,
com os ventos,com as chuvas,
a semente brota e a planta cresce,
se faz robusta, se nutre com o que há em sua base.

O tempo continua a passar
e ela continua a crescer.
Quando pequena, faz se esgueirar
por entre as outras pra poder,
tomar seus primeiros raios de luz.

Por sua robustez resiste às adversidades.
Do clima, do tempo,
do próprio bicho-homem.
E se eleva cada vez mais.
então lá do alto vê,
a toda a sua volta,
que toda sua imensidão
é mais do que ter
meia dízia ou mais
de cupins em seu "pés".

Que estes cupins chegam,
se alimentam, se criam,
e morrem, indo com eles,
o mal que causaram.

E ela ali,
sempre imponente
sempre resistente,
continua a grande Sequóia.

13 de outubro de 2009

LENÇOS, TEORIAS E NARCISOS

Eduardo Pereira
Créditos da Imagem: Blog Moça Fresca

Nossos corações rebeldes
se encontram no trânsito de emoções
e adrenalina misturada a heresia
de todos os dias

As vias se dilatam
afim de aumentar o fluxo
e esvair mais rapidamente
todo o mal que nelas reside

É criada uma imagem insensata
cheia de regras e pudores quebrados
como o espelho de narciso
refletindo tudo o que há de bom em si

Ou seria um outro ser
que tem tudo o que achas ser bom?

Uma certeza é o que tenho:
que agora, não quero mais
imaginar que um dia possa ver
o lenço laranja de bolinhas brancas
desprender-se e se perder no rumo do vento...

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Espelho de Narciso
Los Porongas
Composição: Diogo Soares

Venha ver
Venha ver
Veja na janela nela cabe
Sabe-se o que lá além dos
amanhãs
Venha ver
Venha ver
Sabe-se que lá além de hoje
Guarda o horizonte o nome de
amanhã
E é preciso precisão
O espelho de Narciso é
impreciso
Eu não sei, eu não sei
Quem se vê, é o que se quer
Fiz um barco a vela e decidi nadar
Quis janela e preferi fechar
Vem me leva até perto de casa
Que a casa é mais perto que o fim
Me leva pra longe de casa
Que o acaso é mais certo que o Sim.
A noite inteira é tão ligeira
A noite é tão ligeira e não
espera não