27 de outubro de 2009

Difusão Cultural e Cãibra Cerebral

Eduardo Pereira

Eu escrevo,
Tu falas,
Eles lêem e escutam.

Quê rabiscas, moreno?
Quê resmungas, loira?
As interpretações NÃO dispensam comentários.

O custo das palavras se eleva
enquanto se expandem ao horizonte,
mas estas não deixam de ser acessíveis.

Pois a pior das metáforas
é aquela que diz:
"Tu sois um burro".

23 de outubro de 2009

LEITURA E ESCRITA - VAMOS ELEVAR NOSSOS NÍVEIS CULTURAIS

Eduardo Pereira

É verdade sim. Escrever não é coisa pra qualquer um. Mas isso não impede de você ser impulsionado por suas inspirações e botar qualquer coisa, que você pode até achar uma porcaria, no papel. Porcaria? As vezes achamos isso sim, porquê nos perguntamos "O que isso vai acrescentar na vida de quem ler?". Pode ser que não acrescente nada, mas também pode ser que acrescente tudo. Muitas vezes passamos por situações de vida inusitadas, onde nos identificamos com quaisquer "porcarias" por aí, por exemplo, quem nunca se identificou com a história contada em um filme? Não, animal, não estou dizendo que os filmes são uma porcaria. Pelo contrário, gosto muito de cinema. Mas isso não vem ao caso agora, o que importa é que com ao menos um personagem você já deve ter se identificado. Coincidência? Muita! Ou você achou que o autor pensou assim, "Ah, eu vou fazer esse personagem assim, pelo fato da maioria dos seres humanos estúpidos serem assim, então eles vão achar com quem se identificar na minha ficção." Pode até ser que ele tenha pensado em identificação com o personagem, mas com a minoria da humanidade. Veja bem, eu não tinha talento nenhum pra escrever birosca nenhuma (ué, agora eu tenho?), mas me deu um tique, um "cinco minutos" e eu saí aqui digitando no meu velho e bom amigo "notepad". Não quero saber se vai ser bom ou ruim. Tenho de alguma forma que registrar o meu pensar. Muitos não vão gostar da minha ideia. Não menosprezo conheceres de ninguém aqui não. Só estou expressando o que acho verdadeiramente legítimo neste momento. Até minhas redundâncias são assim quando escrevo. Rasgo o verbo, avacalho com as palavras, com seu sentido e tudo mais. Não quero que isso seja encarado como um manifesto, uma nova tendência literária ou algo do tipo, quero apenas me expressar. Quero também que os outros leiam, pois se tivéssemos maior hábito de leitura, não teria que começar o texto da maneira que comecei, com aquelas duas primeiras frases. (...) Voltou lá no começo pra ver quais eram as duas primeiras frases, não é? Se sua resposta for sim, caro(a) amigo(a), passe a praticar mais a leitura. A pior prova de que não tem esse hábito é chegar no meio de um texto e não lembrar o que leu no começo dele. Temos inúmeras bibliotecas públicas por aí para que você possa pegar os exemplares de seu gosto e devorá-los com os olhos. Não precisa ser literatura clássica não, nem escritores famosos. Se você pegar um gibi pra ler, já é um começo. Se você está lendo este meu texto, também. Já ganhou alguns pontos. Assim poderemos mudar, um dia, as duas primeiras frases desta minha postagem.
E nada do que a gente lê é porcaria. Você apenas não concorda com a ideia do autor.

19 de outubro de 2009

SEQUOIA SEMPERVIRENS

Eduardo Pereira

Todo seu ciclo se inicia
com o depositar de uma semente,
que pode ser trazida
do bico de um pequeno pássaro .

Com o passar do tempo,com o sol,
com os ventos,com as chuvas,
a semente brota e a planta cresce,
se faz robusta, se nutre com o que há em sua base.

O tempo continua a passar
e ela continua a crescer.
Quando pequena, faz se esgueirar
por entre as outras pra poder,
tomar seus primeiros raios de luz.

Por sua robustez resiste às adversidades.
Do clima, do tempo,
do próprio bicho-homem.
E se eleva cada vez mais.
então lá do alto vê,
a toda a sua volta,
que toda sua imensidão
é mais do que ter
meia dízia ou mais
de cupins em seu "pés".

Que estes cupins chegam,
se alimentam, se criam,
e morrem, indo com eles,
o mal que causaram.

E ela ali,
sempre imponente
sempre resistente,
continua a grande Sequóia.

13 de outubro de 2009

LENÇOS, TEORIAS E NARCISOS

Eduardo Pereira
Créditos da Imagem: Blog Moça Fresca

Nossos corações rebeldes
se encontram no trânsito de emoções
e adrenalina misturada a heresia
de todos os dias

As vias se dilatam
afim de aumentar o fluxo
e esvair mais rapidamente
todo o mal que nelas reside

É criada uma imagem insensata
cheia de regras e pudores quebrados
como o espelho de narciso
refletindo tudo o que há de bom em si

Ou seria um outro ser
que tem tudo o que achas ser bom?

Uma certeza é o que tenho:
que agora, não quero mais
imaginar que um dia possa ver
o lenço laranja de bolinhas brancas
desprender-se e se perder no rumo do vento...

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Espelho de Narciso
Los Porongas
Composição: Diogo Soares

Venha ver
Venha ver
Veja na janela nela cabe
Sabe-se o que lá além dos
amanhãs
Venha ver
Venha ver
Sabe-se que lá além de hoje
Guarda o horizonte o nome de
amanhã
E é preciso precisão
O espelho de Narciso é
impreciso
Eu não sei, eu não sei
Quem se vê, é o que se quer
Fiz um barco a vela e decidi nadar
Quis janela e preferi fechar
Vem me leva até perto de casa
Que a casa é mais perto que o fim
Me leva pra longe de casa
Que o acaso é mais certo que o Sim.
A noite inteira é tão ligeira
A noite é tão ligeira e não
espera não